sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Motivação existe?

UNIFAE /CDE – PÓS-GRADUAÇÃO 2007
Disciplina: DESENVOLVIMENTO GERENCIAL – Turma 735
Professor: DANTE RICARDO QUADROS
Atividade: POSITION PAPER
Aluno: MARCIO KOCHHANN
Data de entrega do trabalho: 20/11/2007


A AULA DE MOTIVAÇÃO



INTRODUÇÃO


No atual mundo agitado, com enormes mudanças de tecnologia, produção, de cultura além do cotidiano, o que faz as pessoas trabalharem com vontade, dedicação na busca acelerada pelas empresas por mais produção, lucros e margem de eficiência sobre os concorrentes?
Essa energia pode ser compreendida como motivação!
A fórmula da motivação já vem sendo estudada desde 1950, porém até hoje não esta pronta.
Esse material procura fazer uma revisão dos conceitos de motivação existentes baseados em livros e artigos técnicos (revistas e internet), para saciar o desejo de compreender melhor o assunto tão necessário, procurado e ao mesmo tempo ainda não compreendido nas empresas em geral.


A MOTIVAÇÃO


Cronologicamente a motivação em épocas passadas era entendida segundo um modelo de Skinner, como um condicionamento, onde se conseguia que as pessoas se comportassem de acordo com padrões estabelecidos.
Nestes padrões adotava-se um conjunto de medidas administrativas onde se recompensava (prêmios em geral) ou se penalizava (demissão, suspensão) os trabalhadores, conseguindo assim atingir metas de produção ou conduta das pessoas.
Mais tarde o estudioso Frederick Herzberg, preocupado com estas modificações sugeriu uma proposta onde através de 2 fatores poderia-se motivar ou manter motivado as pessoas procurando aumentar consideravelmente a produção.
Estes fatores foram denominados de fatores de higiene e de satisfação motivacional, onde os de higiene garantiriam que as pessoas se sentiriam o mínimo possível insatisfeitas com o ambiente, ou seja, com seus colegas, seus superiores, as condições de trabalho, salário, segurança no emprego.
O segundo fator, a satisfação motivacional, já estaria ligada ao próprio indivíduo e ao seu trabalho, seria o fator responsável pela motivação interna, por exemplo: a realização pessoal, a responsabilidade, o trabalho em si e o reconhecimento pelo esforço.
Surgiram ainda teorias com a de Victor Vroom, chamada Teoria Contigencial da Motivação, onde chegou-se a um modelo de como as pessoas decidiriam racionalmente a se motivar ou não por um curso particular de ação.
Entretanto estudo recente publicados por Cecília W. Bergamini (BERGAMINI), criou um paradigma. A autora diz que não se pode motivar ninguém, o que se pode fazer é não desperdiçar o potencial já existente que motiva cada pessoa, pois a motivação nasce de necessidades e prioridades internas de cada um e não de fatores enternos.
Ainda segundo explanação de Dante Ricardo Quadros (DANTE) por cada pessoa ter uma necessidade, um valor, uma história, um momento, interesses, percepções e até mesmo orientação sexual diferentes ao longo da sua vida é impossível generalizar uma forma de motivar padrão, pois a motivação depende de cada pessoa.
Segundo BERGAMINI, o administrador ou o líder ou ainda o gerente tem somente a competência para liberar e proporcionar o pleno desenvolvimento destes motivos pelo qual o trabalhador faz seu trabalho.
Esse motivo é chamado motivação “(ato que motiva a ação)” sendo sua energia gerada pelos próprios indivíduos no seu mundo interior, segundo BERGAMINI, diferentemente do que muito pensam, não respondem a nenhum tipo de controle do mundo exterior.
Motivação também pode ser conceituada como “estado interno que da sentido a muitas ações e existências” (DANTE), ou “a motivação é baseada em emoções, especificamente, pela busca por experiências emocionais positivas e por evitar as negativas, onde positivo e negativo são definidos pelo estado individual do cérebro, e não por normas sociais” (Wikipédia).
Atualmente o estudo da motivação consiste na pesquisa dos motivos pelos quais as pessoas fazem o que fazem, e se encaminham em direção a seus objetivos, utilizando o trabalho como uma plataforma para conseguir suas expectativas, isto é, o desejo de trabalhar seria necessariamente afetivamente alimentada pelos seus objetivos.
Segundo BERGAMINI a última abordagem sobre o tema diz que a motivação é um processo que provoca um movimento interior experimentado que leva o individuo a mobilizar e utilizar suas forças existentes em seu intimo.
Segundo o autor Armando Terribilli Filho (FILHO), que também defende a idéia de BERGAMINI, conceitualmente ninguém motiva ninguém, o que pode ser feito é incentivar e estimular alguém, uma vez que a motivação é intrínseca a pessoa.
FILHO afirma ainda que os motivos que efetivamente auxiliam a liberação desta energia e satisfazem são: o crescimento profissional, conhecimento, responsabilidade, reconhecimento.
Outras formas com que os administradores pode contribuir é através da criação de um ambiente de confiança mútua onde as pessoas aceitem novas responsabilidades, ensinam e aprendam e sejam reconhecidas pelas suas conquistas para que possam se sentir realizadas por sua atuação profissional.
Ainda segundo FILHO, todo gerente deve incentivar e estimular os profissionais de sua equipe, através da cultura organizacional e políticas internas da empresa.
O educador DANTE diz ainda, o principal fato gerador da motivação é a pessoa se auto-realizar. Isso pode ser entendido como: estar satisfeita no trabalho, fazendo algo que gosta, que lhe interessa, assim conseqüentemente ela produzira mais e com mais qualidade além de ser mais criativa e inovadora.
Segundo Rupert Eales (EALES) algumas estratégias são fundamentais para auxiliar a motivação, entre elas:

1 Promover um feedback efetivo, isto é, mostrar através de exemplos a certeza onde existe dúvidas, reafirmar os conhecimentos que demonstramos serem relevantes no trabalho, firmar um plano de ação envolvendo as duas partes.
2 Delegar poderes, isto não é, despejar responsabilidades. Delegar poder pode ser feito de forma planejada, dando poderes ao subordinado que tem potencial de ser aproveitado. Dessa forma o stress de ambas as partes pode ser aliviado.
3 Gerenciar e assumir os riscos do aprendizado ao invés de repreender para evitar conseqüências como do “deixar acontecer”.
4 Treinar e desenvolver os funcionários deixando-os escolher o tipo de treinamento que gostariam em relação a um tema chave, em vez de introduzir um programa formal de treinamento e desenvolvimento com muitas palestras, lições de moral e reprovações. Empresas como IBM e BOEING utilizam programas que se baseiam em explicações simples e diretas em pequenos grupos com uma revisão em equipe de resultados e experiências.
5 Reconhecer um BOM TRABALHO, um simples elogio tem mais poder motivacional de que 1000 palavras de repreensão.

Entretanto o líder, ou gerente necessita ter habilidade para se utilizar destes instrumentos em sua caminhada. Estas habilidades desejáveis para o despertar motivacional podem ser encabeçadas, segundo EALES por:
A Fazer perguntas com eficácia, perguntas que deixam o subordinado descobrir por si próprio seus pontos fracos e fortes, em vez de empurrar com uma conversa seus pontos fortes e fracos ou resolver o problema para ele.
B Responder quando perguntado. Esta forma de dividir o conhecimento, suas experiências e opiniões dão suporte e orienta.
C Ouvir atentamente procurando não julgar, prestando atenção na linguagem corporal do colaborador (posturas, gestos, tons, expressões etc) e se possível em silêncio, para procurar identificar o que a pessoa tenta ocultar.
D Desenvolver a criatividade das pessoas evitando principalmente criticar as idéias, assim as contribuições individuais serão ampliadas e podem garantir ótimas soluções.
E Identificar a performance das pessoas. Uma palavra de elogio quando acima de um padrão ou descobrindo ações necessárias e suportes pra aqueles que estão abaixo da média.



CONCLUSÃO


Concluímos que as primeiras formas de motivação tinham um objetivo comum de motivar qualquer empregado de qualquer tipo de instituição, posteriormente baseou-se a motivação numa troca por incentivos.
Entretanto atualmente descobriu-se que ninguém motiva ninguém, elas (as pessoas) somente são motivas por elas mesmas na vontade de atender suas necessidades.
Como então cada pessoa é motivada de uma forma diferente, o que se pode fazer é induzir as pessoas identificando suas aspirações, desejos e desafios além de elogiar, desenvolver e reconhecer cada um em especial.
Como motivar deve ser a forma como o gestor deve usar de sua liderança para reconhecer, ouvir, perguntar, elogiar, desenvolver e dar feedback a cada ação que o individuo faz para atingir um padrão.

Toda divulgação, citação ou utilização deste texto e suas expressões poderão ser feitas desde que citada a referência ou link e seu autor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom dia Márcio!
veja bem, a psicologia experimental do comportamento da qual Skinner participa compreende a motivação somente para a àrea dos eventos fisiológicos. Isto é, a ação de buscar água, alimento, a necessidade de sono...são vistas como irrecorríveis necessidades. portanto, há uma relação direta entre a privação dessas necessidades e a motivação.
Já o condicionamento é entendido tão somente para os atos reflexos. Lembra da experiência do cão de Pavlov?
Bem, as ciências do comportamento não definem as ações movidas pelos valores sociais, como reconhecimento, status, sucesso e tantas outras como motivação, nem condicionamento, mas designam esses comportamentos como verdadeiros reforçamentos secundários.
Bem, sabemos que somos constantemente bombardeados pelas influências dos estimulos externos, em maior ou menor grau.
E o indivíduo motivado não pode estar imune a todas essas influências. Isso seria.....
e mais, não podemos pensar que a motivação seja um fenômeno generalizável em todos os aspectos do nosso comportamento. Assim, não é possível afirmar: afinal, ele está ou não motivado.
Felicidades. Sucesso!
Angela Paes!